#26 Opinião - Drive





Drama - 2 de Março de 2012
 

Paramount Pictures - Nicholas Refn (Pusher 2010)
 
"Dentro desses 100 minutos você vai ver o que não foi visto no Oscar, antes ou depois disso você está por conta própria para achar um título melhor em 2011."
Nota: 85








Antes de falar de "Millenium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres", eu gostaria de assistir a versão original de 2009, por isso vou adiantar a Opinião 26 - Drive.

-- Certa vez, um escorpião aproximou-se de um sapo que estava na beira de um rio. O escorpião vinha fazer um pedido:  "Sapinho, você poderia me carregar até a outra margem deste rio tão largo?" --

Driver (Ryan Gosling - Amor a toda prova 2010), o personagem sem nome do longa de Nicholas Refn e do livro de James Sallis é um piloto de carro que atua em diversas funções dentro do mundo automotivo. Para ser franco, é bem simples: Ele dirige como dublê de Hollywood e como piloto de fuga para ladrões.

De início nós vemos vários encontros "aleatórios" do piloto com uma moça loira chamada Irene (Carey Mullingan - The Greatest 2010) e os esbarrões parecem ser provocados, não se sabe se pelo homem ou pela mulher, ficamos na dúvida se ele é timido ou está fugindo dela, mas rápidamente vemos que ela realmente era a interessada, e que ele iria ceder, mesmo antes resistindo por um motivo desconhecido.

O que é bonito em Drive é a discussão silenciosa sobre instintos, lealdade e paixão. A história é simples (e até com alguns clichês), curta e muito bem apresentada e dirigida, por que o verdadeiro dirigente aqui é o diretor dinamarquês. A violência dá um ar pop e ainda assim se encaixa na trama, assim como as músicas sensacionalmente montadas nesse filme.

Só em deixar os espectadores tirarem suas conclusões o filme já se afasta do circuito natural de filmes hollywoodianos, e talvez por isso se afaste também das premiações. Além disso a invasão européia vai se tornando evidente na America uma vez que não só "O Artista" e "O Discurso do Rei" foram filmes aclamados (embora esse filme seja americano).

Drive diz o que deve ser dito e espera de você o retorno sem te forçar a isso. Um exemplo está na parábola africana do Sapo e do Escorpião, que muito cinéfilo vai conhecer a partir de agora. Nela o escorpião diz ao sapo que não irá machucá-lo ao atravessar o rio pois se não ele também se afogaria.

Essa fábula é muito relacionada a relacionamentos amorosos, onde nunca se sabe se um dos integrantes irá ferir ou magoar o parceiro ao longo da vida. Mas em Drive, além da metáfora ser relacionada à paixão de Driver por Irene, que mesmo sabendo que a colocaria em apuros resolve ajudar seu marido ex-prisioneiro, a histórinha do escorpião aparece também no conflito com Bernie e Nino, os quais buscam sua cabeça.

O The End do filme se encaixa perfeita e belamente na fábula e leva o espectador ao delírio, entre câmeras lentas excepcionais, mutilações violentas e um diálogo silencioso (as vezes em demasia) com a platéia.

TOP Cenas

#3 - O roubo de Standard

Próximo passo: Ler o livro.

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