#27 Opinião - 007 Operação Skyfall






Ação - 26 de Outubro de 2012
 

 Sam Mendes (Beleza Americana)
"Um resgate ao passado e uma projeção do futuro."
Nota: 90












James Bond retorna com records em bilheteria e em novo estilo de filme na série recente do Agente 007. Remetendo aos filmes clássicos surgem perseguições impossíveis em telhados, ruas lotadas e um trem. Ainda dão as caras um “bondmóvel” muito peculiar e um clima de crise de meia idade e reposição de peças na agência para qual trabalha o “antiquado” Mr. Bond.
                
O longa de Sam Mendes (Beleza Americana) mergulha Daniel Craig numa reviravolta psicológica e física do protagonista, onde o agente se vê superado pelos “nerds” e seus equipamentos que podem substituir muitas ações de campo. Isso não ocorre do nada, tendo o pretexto da idade e de “afastamento” do agente após um incidente no começo do filme que, aliás, é um pequeno trocadilho com seu título.
                
Paulatinamente a história vai desmantelando as leis e as correntes que prendem as escolhas de James Bond à agência de M e recria-se, assim, uma visão focada no ser humano que há no interior da máquina que costumava ser Bond, o qual passa a demonstrar mais do que apenas atração física por belas mulheres como meios de fracasso em missões e se encontra na casa em que morava na infância, sendo este o palco metafórico mais literal de um filme de ação: A casa é destruída e o personagem de Daniel Craig se vê lutando contra seu passado e projetando seu futuro.
                
O vilão Silva, bastante caricaturado como manda a regra, será inesquecível só pela atuação de Javier Bardem (Onde os Fracos Não Tem Vez, Biutiful) em cenas hilárias e tensas ele conquista e rivaliza. Esse jogo de emoções com o público que é causado só vem a calhar com o fato de que a linha entre maldade e justa vingança também gera a dúvida de quem é o verdadeiro vilão da história e a plateia se vê indecisa quando Silva argumenta a possível traição de M para com o agente 007, vestindo Bond na própria pele de injustiçado.
                
Sem tantas reviravoltas o longa é, ainda assim, um incontestável resgate aos filmes clássicos, o melhor dessa geração e um dos mais profundos (em relação ao protagonista) de todas elas.

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Curiosidade:

A “Gun Barrel”, cena clássica em todos os filmes de 007 em que o agente caminha e saca rapidamente a arma estando a nossa visão dentro de um cano de revolver foi aplicada ao fim do filme, dando lugar, na entrada, à obra de arte audiovisual com a música Skyfall de Adele como plano de fundo.

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