Ação - 26 de Outubro de 2012
Sam Mendes (Beleza Americana)
Sam Mendes (Beleza Americana)
"Um resgate ao passado e uma projeção do futuro."
Nota: 90
James Bond retorna com records
em bilheteria e em novo estilo de filme na série recente do Agente 007. Remetendo
aos filmes clássicos surgem perseguições impossíveis em telhados, ruas lotadas
e um trem. Ainda dão as caras um “bondmóvel” muito peculiar e um clima de crise
de meia idade e reposição de peças na agência para qual trabalha o “antiquado”
Mr. Bond.
O
longa de Sam Mendes (Beleza Americana) mergulha Daniel Craig numa reviravolta psicológica
e física do protagonista, onde o agente se vê superado pelos “nerds” e seus equipamentos
que podem substituir muitas ações de campo. Isso não ocorre do nada, tendo o pretexto
da idade e de “afastamento” do agente após um incidente no começo do filme que,
aliás, é um pequeno trocadilho com seu título.
Paulatinamente
a história vai desmantelando as leis e as correntes que prendem as escolhas de
James Bond à agência de M e recria-se, assim, uma visão focada no ser humano
que há no interior da máquina que costumava ser Bond, o qual passa a demonstrar
mais do que apenas atração física por belas mulheres como meios de fracasso em
missões e se encontra na casa em que morava na infância, sendo este o palco
metafórico mais literal de um filme de ação: A casa é destruída e o personagem de
Daniel Craig se vê lutando contra seu passado e projetando seu futuro.
O
vilão Silva, bastante caricaturado como manda a regra, será inesquecível só
pela atuação de Javier Bardem (Onde os Fracos Não Tem Vez, Biutiful) em cenas
hilárias e tensas ele conquista e rivaliza. Esse jogo de emoções com o público que
é causado só vem a calhar com o fato de que a linha entre maldade e justa
vingança também gera a dúvida de quem é o verdadeiro vilão da história e a plateia
se vê indecisa quando Silva argumenta a possível traição de M para com o agente
007, vestindo Bond na própria pele de injustiçado.
Sem
tantas reviravoltas o longa é, ainda assim, um incontestável resgate aos filmes
clássicos, o melhor dessa geração e um dos mais profundos (em relação ao
protagonista) de todas elas.
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Curiosidade:
A “Gun Barrel”, cena clássica em
todos os filmes de 007 em que o agente caminha e saca rapidamente a arma
estando a nossa visão dentro de um cano de revolver foi aplicada ao fim do
filme, dando lugar, na entrada, à obra de arte audiovisual com a música Skyfall
de Adele como plano de fundo.
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